Páginas

domingo, 28 de janeiro de 2018

Esboço expositivo de Êxodo 20.1-3 - Proteja o teu coração contra os deuses do nosso tempo


Aquilo que amamos nessa vida pode facilmente tomar o lugar de Deus em nossos corações. Por isso, precisamos sempre nos lembrar das palavras que o Senhor nos deixou: “Não terás outros deuses diante de mim”.

É importante conhecer o coração para que possamos escapar das garras dos deuses dessa vida. O nosso coração é uma fábrica de deuses.

Ele está inclinado a endeusar o dinheiro, um bem, uma posição social, o ego.

A passagem de Êxodo 20.1-3 revela o primeiro mandamento de Deus ao seu povo. Depois de tê-los libertado do Egito, Deus firma o seu relacionamento com Israel dando a eles ordens, dentre elas: não colocar quaisquer coisas dessa vida no seu lugar.

Sendo assim, aprendemos que Deus é único, e por isso nós devemos estar vigilantes contra os deuses que tentam roubar o nosso coração.

A primeira razão porque devemos vigiar nossos corações contra os deuses dessa vida é por que:

I. O nosso coração é pecador

1. Mesmo sendo salvos, ainda somos pecadores? Sim. Mesmo conhecendo o poder de Deus o nosso coração é rebelde à sua vontade. O mandamento dado a Moisés é destinado a um povo que havia visto o poder de Deus diante dos Egípcios. Mesmo sabendo do que Deus fez, o pecado em seus corações os inclinava para longe da vontade do Senhor.

·         Conhecer o poder de Deus em Cristo não faz de você alguém imune às inclinações do coração. Aquele que Jesus salva precisa ser alertado contra as inclinações do seu coração diante das tentações no trabalho, na escola etc.

2. Como o nosso coração pecador deve ser remediado? Pela palavra de Deus. Deus dirigiu suas palavras ao coração do seu povo. Moisés deveria pregar ao coração pecaminoso de Israel os mandamentos que ouvirá no Monte Sinai (v. 1). Assim eles conheceriam sua pecaminosidade e a graça de Deus.

·         As inclinações pecaminosas do nosso coração precisam ser corrigidas pela Palavra de Deus. Ele nos deu sua Palavra para que NADA nessa vida assuma o seu lugar.

Além de ser pecador, há outra razão pela qual devemos vigiar os nossos corações:

II. O nosso coração é naturalmente inclinado a fazer outros deuses

1. O coração tende a idolatrar aquilo que lhe faz bem. Deus (Yavé) lembra ao seu povo que foi Ele (e não outros deuses) quem os abençoou tirando do Egito (v. 2). Diante daquele livramento o povo não poderia atribuir a outro deus o seu livramento. Porém, Israel foi rápido em fazer um deus para si mesmo (v. Êx. 32.1,4).

·         Nosso coração se inclina para servir ao dinheiro uma vez que ele pode nos trazer alguns bens; podemos nos olhar no espelho e a amar demais nossas vidas a ponto de vivermos para nós mesmo (egoísmo). Diante de tudo o que nos faz bem devemos nos lembrar de que foi Deus quem nos salvou.

Por fim, o que Deus deseja que o nosso coração pecaminoso faça?

III. O nosso coração deve conhecer a Deus como único Senhor (Por quê?)

1. Deus é o único que nos livra da escravidão. O povo de Deus deveria saber quem era o seu verdadeiro libertador, aquele que os tirou da escravidão egípcia (v. 2). Eles foram tirados da servidão de uma nação pagã para servirem ao Deus santo e justo.

·         Outrora vivíamos escravizados pelo pecado da prostituição, do álcool e do fumo. Hoje conhecemos a Cristo Jesus, como o nosso libertador. Precisamos ter cuidado para que os deuses de antigamente não nos leve de volta ao seu cativeiro. Deus deve seu o único Senhor de nossas vidas.

2. Deus não faz parceria com outros deuses em nosso coração. O Senhor não toleraria qualquer outra coisa que assumisse o seu lugar no coração do seu povo (v. 3). Deus é único e não há como servir a ele e a outro deus (Mt. 6.24).

·         Vivemos cercados de deuses que lutam pelo nosso coração: dinheiro, prazeres, orgulho, etc. Nossos conflitos muitas vezes são gerados por causa de outros deuses em nosso coração (ver. orgulho). Ilustração – Uma autoimagem endeusada escraviza e afasta as pessoas de nós. Ao servir o ego podemos menosprezar nossos familiares e irmãos. Jesus é único é nos livra de todos os deuses dessa vida.

CONCLUSÃO

Deus foi quem nos salvou, contudo não eliminou o pecado de nossas vidas. Seu mandamento soa em nossos ouvidos como um alerta para a nossa pecaminosidade. Ninguém é capaz de cumpri-lo fielmente, mas aquele que vive pela fé em Cristo está vigilante contra os deuses que rondam o seu coração. Portanto, tenha cuidado com aquilo que deseja escravizar a tua vida.

Acesse o nosso canal no youtube e se inscreva para se manter atualizado: CLIQUE AQUI!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A formação do Novo Testamento

“O Novo Testamento acha-se no Velho. O Velho pelo Novo é explicado.” (Agostinho 354 - 430 d.C)

As palavras de Agostinho revelam a importância do Novo Testamento (NT) para o entendimento da Bíblia. A revelação de Cristo se encontra nessa parte das Escrituras. Aquilo que a Lei e os Profetas ensinaram se concretizou na revelação de Jesus Cristo. Assim, o Novo Testamento nos facilita a compressão e aplicação do Antigo Testamento.

O cânon é compreendido como a coleção de livros inspirados por Deus (2 Tm. 3.16). O cânon do Novo Testamento é formado por 27 livros (4 Evangelhos, 1 Livro Histórico, 21 Epístolas e 1 Livro de Profecia). Essa coleção nos revela a providência de Deus na compilação e preservação dos textos Sagrados, pois sua formação se deu progressivamente na história da igreja sem que sua mensagem principal sofresse quaisquer alterações.

A formação do texto Bíblico que possuímos em nossas mãos foi supervisionada por Deus a fim de nos abençoar com o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo.

Nesse texto introduziremos você à formação do cânon do Novo Testamento. Buscaremos entender e analisar os fatores que influenciaram na constituição do cânon Neotestamentário.

1. O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

A formação do Novo Testamento não aboliu a revelação do Antigo Testamento. Os seguidores de Jesus compreendiam que ele não veio para abolir a Lei, mas para cumpri-la (Mt. 5.17). É importante notar que os princípios morais da Antiga Aliança continuam válidos para a igreja dos nossos dias. Contudo, isso não quer dizer que todo o Antigo Testamento seja aplicável à igreja. Muito do que foi dito na Antiga Aliança, especialmente nas leis cerimoniais, se cumpriu em Jesus, perdendo sua aplicabilidade para o povo de Deus do Novo Testamento.

A coleção de livros inspirados que formam o Antigo Testamento tem uma palavra de esperança para a igreja. O apóstolo Paulo revela isso na sua epístola aos Romanos: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito [no Antigo Testamento] para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm. 15.4).

A compreensão do Antigo Testamento como um cânon contribuiu para que a igreja nos primeiros séculos pudesse também ter uma coleção que esclarecesse os ensinos de outrora. Precisamos ter em mente que a história bíblica é uma história redentiva, ou seja, ela caminha em todas as suas partes para a revelação de Jesus Cristo. Dessa forma podemos encontrar Jesus em toda a Bíblia. Ele está no contexto de cada passagem e o Novo Testamento é o ápice dessa revelação.

Além da aceitação de um cânon da Antiga Aliança, os ensinamentos de Jesus foram determinantes para a formação da coleção de livros do Novo Testamento.

2. A CONSIDERAÇÃO DA IGREJA ÀS PALAVRAS DE JESUS

Jesus foi considerado pela igreja primitiva como sendo a Palavra encarnada de Deus (Jo. 1.14). Seus ensinos deveriam ser obedecidos. Como introduz o escritor aos Hebreus: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb. 1.1,2 – grifo nosso).

As palavras de Jesus deveriam ser guardadas e para isso seria necessário que alguém pudesse escrever e organizar aquilo que ele ensinou. O desejo de preservar os ditos de Jesus e a sua história, uma vez que nela está a relação do Evangelho de Deus, influenciou na organização de uma coleção de livros que conservou fielmente os ensinos de Jesus.

O ensino de Jesus foi considerado de suma importância para a prática da igreja e os apóstolos e os seguidores do Senhor foram os canais escolhidos por Deus para a transmissão do Evangelho até os confins da terra (At. 1.8).

3. A ESCOLHA DOS APÓSTOLOS PARA SEREM TESTEMUNHAS DE CRISTO

Jesus não escreveu diretamente nenhum livro do Novo Testamento. Sua história é contada por homens que foram inspirados pelo Espírito Santo para a tarefa de conservar viva a história de Jesus tanto oralmente, quanto de forma escrita.

O testemunho desses homens deveria ser considerado como palavra do próprio Cristo. “Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou” (Lc. 10.16 – grifo nosso).

Logo, o testemunho oral e escrito dos apóstolos passou a ser considerado com a mesma autoridade de Jesus. A igreja teve na mais alta consideração aquilo que era ensinado pelos apóstolos: “Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2 Ts. 2.15).

Mesmo que Jesus não tenha escrito nenhum livro, a sua autoridade permaneceu viva através dos escritos apostólicos que logo cedo foram considerados pela igreja como sendo de inspiração divina.

Por fim, outro fator que contribuiu para a formação do Novo Testamento foi o aparecimento de falsos mestres e suas heresias.

4. A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DO ENSINO APOSTÓLICO CONTRA AS DISTORÇÕES PROMOVIDAS PELOS FALSOS MESTRES

Os discípulos de Jesus haviam sido avisados do surgimento dos falsos mestres (Mt. 7.15; 24.11) e avisaram as igrejas sobre suas distorções (2 Co. 11.13; 2 Pe. 2.1).

Os mestres gnósticos estimularam a formação de um cânon. Nos primeiros séculos germinou uma série de literaturas heréticas que deturpavam o ensino de Cristo. A descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi, no Egito, em 1945, revelou vários desses escritos.

O primeiro a sugerir um cânon cristão do Novo Testamento foi Marcião (séc. II). Ele rejeitou o Antigo e aceitou 10 epístolas de Paulo e uma versão revisada de Lucas.

Por outro lado, o cânon de Irineu, bispo de Lyon (c. 178-200) foi o primeiro a organizar uma coleção de livros próxima da coleção que adotamos atualmente: 4 evangelhos, Atos, 12 Epístolas Paulinas (com exceção de Filemon), 1 Pedro, 1 e 2 João, Apocalipse e algumas alusões a Tiago e Hebreus.

O cânon Muratoriano (aprox. 170 d.C) acata os 27 livros, com exceção de: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro e 3 João. E acrescenta Apocalipse de Pedro e a Sabedoria de Salomão.

A coleção dos 27 livros do Novo Testamento como temos atualmente foi primeiramente relatada na carta de Páscoa de Atanásio (367 d.C). No final do mesmo século (397), o Concílio de Cartago prescreveu uma lista idêntica, a qual foi ratificada novamente em Cartago, em 419 d.C.     

Sob a pressão das heresias a igreja se viu forçada a organizar uma coleção de livros que revelassem a fé conforme o nosso Senhor Jesus Cristo ensinara. Assim, se formou a coleção de livros como temos atualmente.

CONCLUSÃO

O Novo Testamento revela Jesus como tema central. Sua morte estava profetizada no cânon do Antigo Testamento e se cristalizou no ensino de Cristo e dos apóstolos. Para isso Deus operou na história da sua igreja, permitindo o surgimento de hereges os quais instigaram o seu povo a organizar os seus Escritos Sagrados conforme temos hoje. Portanto, tenhamos corações gratos por ter a revelação de Cristo Jesus em nossas mãos.

Conheça e inscreva-se em nosso canal no Youtube: Clique aqui.

BÍBLIOGRAFIA

BRUCE, F. F. O Cânon das Escrituras. São Paulo: Hagnos, 2011.

CHAPELL, Bryan. Pregação Cristocêntrica. 3. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016.

CARSON, D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.

CÉSAR, Bruno. O Livro de Deus. João Pessoa: Grafia Curso, 2017.

DOCKERY, David S.. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.

GEISLER, Norma; NIX, William. Introdução Bíblica. São Paulo: Vida, 1997.


PAROSHI, Wilson. Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Esboço expositivo de 2 Reis 4.1-7 - A provisão de Deus para nossas dívidas espirituais

Se você tivesse que pagar todos os teus pecados hoje, quanto seria o valor da tua dívida diante de Deus? Mas importante do que isso: você teria como pagá-la? Gostaria de lhe mostrar hoje como você pode liquidar sua dívida espiritual com Deus.

Deus é quem nos salva do débito dos nossos pecados. Pecado é a transgressão da vontade de Deus (1 Jo. 3.4) e o seu salário é a morte (Rm. 6.23).

Os recursos que possuímos nessa vida nunca serão suficientes para quitar a nossa dívida com Deus. Falar a verdade, não beber ou fumar, ser respeitado pelos homens, nada disso é suficiente para pagar nossa conta diante da justiça de Deus.

O texto de 1 Rs. 4.1-7 nos conta a história de uma viúva diante da ameaça de perder seus dois filhos por causa das dívidas que o seu marido falecido deixou. A grande lição dessa história para nós é que Deus prover a sua salvação a quem lhe pede, por isso devemos buscar a sua provisão para o pagamento das nossas dívidas espirituais.

Vejamos como isso é possível:

I. Deus ouve as nossas petições por salvação, por isso devemos buscar a sua provisão para o pagamento das nossas dívidas espirituais.
·         Como devemos clamar a Deus pela salvação de nossa dívida?
o   Devemos clamar a ele reconhecendo a nossa dívida (v. 1). A viúva foi até o profeta apresentado a sua dívida. Ela assumiu o débito do seu marido falecido.

§  Todos nós temos uma dívida para com a lei de Deus (Rm. 3.10, 23). Carregamos em nossos corações o pecado de Adão e devemos reconhecer isso diante de Deus para obter a sua salvação.

o   Devemos clamar a ele tendo dimensão do valor da nossa dívida (v. 1b). A dívida deixada pelo marido morto tinha o preço dos dois filhos da viúva. A perda dos filhos implicaria no completo desamparo para aquela viúva.

§  A nossa dívida para com Deus tem um valor muito alto que não podemos pagar, senão perdendo a nossa vida. Ilustração – Para cada pecado Deus exige uma morte. Precisaríamos infinitas vidas para pagar a nossa dívida para com a lei de Deus. Jesus tomou totalmente o nosso débito (v. Cl. 2.14).   

o   Devemos clamar a ele admitindo a nossa miséria diante da nossa dívida (v. 2). Diante da sua divida a viúva tinha apenas uma botija de azeite (azeite era uma medida de riqueza).

§  A salvação de Deus é para aqueles que reconhecem a sua pobreza espiritual. A ajuda que damos ao próximo é quase nada diante da nossa dívida para com Deus.

Além de estar sempre pronto a nos ouvir quando clamamos por seu livramento,

II. Deus responde as nossas petições por salvação, por isso devemos buscar a sua provisão para o pagamento das nossas dívidas espirituais.
·         A resposta de Deus é cheia de graça (v. 2). O profeta Eliseu responde à necessidade da viúva com favor (v. NVI “como posso ajuda-la”).

o   Deus é misericordioso e está sempre pronto a nos ajudar. Ele está pronto a nos socorrer em nossas aflições causas dos nossos pecados. Ele é socorro bem presente quando nos sentimos fraco (Sl. 46.1).

·         A resposta de Deus é abundante (v. 7). A provisão que Deus fez do azeite foi além do que era necessário para o pagamento da dívida. A provisão da nossa salvação em Cristo foi além da quitação da nossa dívida (Rm. 5.20).

o   Deus não só pagou a nossa dívida, ele nos adotou como filhos seus. Ilustração – É como se, além de pagar o nosso cartão de crédito, ele nos desse uma boa quantia para nos manter confortáveis. Isso abundância.

Por fim,

III. Deus exige uma fé obediente para salvação, por isso devemos buscar a sua provisão para o pagamento das nossas dívidas espirituais.
Primeira pergunta:
·         Como vivemos uma “fé obediente”? Buscando viver segundo a palavra de Deus (vv. 3,4). A ordem do profeta deveria ser obedecida para que a provisão pudesse chegar à casa da viúva.

o   A nossa fé em Cristo é operosa e sinaliza a salvação (Tg. 2.26). Sendo assim, lembre-se que a sua justiça nos teus negócios não te salva, mas sinaliza a tua salvação.

Segunda pergunta:
·         Precisamos ter uma grande fé para ser salvos? Não, basta o suficiente para crer na provisão divina (vv. 5,6). A viúva não pediu aos seus vizinhos vasilhas suficientes para a provisão do azeite, sua fé foi pouca (cf. v. 3); faltaram-lhe vasilhas (v. 6). Contudo, elas foram suficientes para receber o valor da dívida e mais um pouco (v. 7). 

o   Creia na salvação de Deus para você mesmo que a tua fé seja apenas o suficiente para confiar na morte de Cristo. Mesmo pequena ela fará grandes mudanças em tua vida.

CONCLUSÃO

Talvez você se sinta no SPC, ou SERASA, de Deus. Nossos pecados nos põem em dívida para com Ele. Porém, é Ele quem provê a salvação a todos que lhe pedem. Não queira pagar a tua conta com as tuas obras, ponha tua confiança em Cristo e tua dívida será quitada agora e para sempre.

Compartilhe o artigo e se inscreva em nosso canal no Youtube: Clique aqui

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Esboço Expositivo em Tiago 1.2-8 - Como obter sabedoria de Deus nas provações

Como obter sabedoria de Deus para suportar a traição de quem amamos e a provocação dos incrédulos?

Nossa sabedoria vem de Deus. Ele está pronto a nos fortalecer para suportar as dificuldades que a vida em Cristo nos traz.

As provações muitas vezes nos deixam se compreender o porquê de tantas lutas em nossas vidas. Elas trazem à tona as nossas fraquezas e nesses momentos precisamos da sabedoria divina para superá-las.

O texto de Tiago nos traz importantes orientações para os momentos de dificuldade que passamos nessa vida. Ele nos mostra que: Deus dá sabedoria a quem pede com fé, e nós devemos pedir sabedoria para enfrentar as provações da vida.

Sendo assim,

1. Devemos pedir sabedoria para enfrentar as provações da vida, porque as provações exigem sabedoria para compreendê-las.
Quando é que as provações exigem sabedoria?

1.1 Quando as tristezas por causa das nossas lutas querem interpretar as situações difíceis que passamos (v. 2 “Meus irmãos, tendo por motivo de toda alegria o passardes por provações”; v. 5 “Se, porém...”). Devemos nos alegrar nas provações (e não por causa delas). Ilustrar: As tristezas de um trabalho difícil (escultor) prova a qualidade do resultado final.

·         Peça a Deus sabedoria para interpretar as provações em meio a tua família. Não deixe que o desânimo seja o intérprete das tuas tribulações.

1.2 Quando relacionamos a nossa fé em Deus com as dificuldades que enfrentamos (v. 3,4 “sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos”). As dificuldades que sofremos fortalecem a nossa fé a fim de que sejamos perfeitos em Cristo.

·         Relacione a tua fé em Deus não com as circunstâncias difíceis que você tem passado, mas com a bondade de Deus.

Além das provações exigirem sabedoria para compreendê-las,

2. Devemos pedir sabedoria para enfrentar as provações da vida, porque Deus está disposto a dá sabedoria a todos que carecem dela.
Como sabemos que Deus está disposto a nos dá sabedoria?

2.1 Deus está sempre disposto a dá sabedoria aos que precisam (v. 5 “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhe impropera; e ser-lhe-á concedida”). A sabedoria de Deus está sempre à disposição dos que necessitam e querem ela (Pv. 2.6). Qualquer homem pode olhar para Jesus e ver nele a sabedoria de Deus (1 Co. 1.30).

·         Deus está disposto a nos ensinar como proceder retamente entre corruptos. Ele não nega a sua sabedoria se o nosso desejo for realmente tê-la.

Por fim,

3. Devemos pedir sabedoria para enfrentar as provações da vida, porque Deus aceita o pedido feito pela fé.
O que significa um “pedido feito pela fé”?

3.1 É um pedido a Deus que não julga o que Ele tem a oferecer (v. 6). Os irmãos não poderiam alcançar sabedoria se duvidassem do caráter de Deus. Ilustrar – Você já deve ter visto uma criança aceitar sem duvidar aquilo que o seu pai oferece.

·         A sabedoria de Deus só será de fato experimentada na provação se nós estivermos prontos a amar aqueles que nos afrontam sem duvidar de que isto seja o melhor para nós.

3.2 É um pedido a Deus feito com segurança e firmeza. Não podemos ser como uma onda impelida pelo mar, que hora está alta, hora baixa (v. 6b). Assim, nunca encontraremos sabedoria, apenas demonstraremos a nossa inconstância (vv. 7,8).

·         A sabedoria de Deus só é alcançada com a segurança da fé. Quem duvida dos caminhos do Senhor anda longe da sabedoria.

CONCLUSÃO

Uma irmã aceitou a Cristo e nas primeiras semanas de sua conversão ela se alegrou com a salvação que Deus havia lhe dado.

Quando os seus hábitos começaram a mudar ela entrou em conflito com a sua família. No meio daquela provação ela teve que entender que a sabedoria de Deus nos revela a vida de Cristo que precisamos seguir.

Portanto, peça com fé sabedoria a Deus em tuas provações e ele te abençoará com a vida de Cristo.  

Confira o nosso canal no Youtube: Clique aqui

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

3 erros fatais na pregação de uma mensagem bíblica

Hoje gostaria de mostrar alguns erros fatais cometidos por muitos pregadores da Bíblia. Acredito que o esclarecimento desses problemas ajudará você a tornar Jesus o centro dos seus sermões.

A essência da mensagem cristã é Cristo. Isso pode parecer óbvio, mas acontece que nem sempre os pregadores conseguem expor Jesus em suas pregações. Muitos têm dificuldades de encontra-lo em textos onde o seu nome não aparece, ou em versículos nos quais o autor bíblico não deixa clara uma referência à pessoa de Jesus.

Será que a tua pregação se diferencia de uma mensagem budista, católica, ou de qualquer outra religião? As religiões pregam uma moral que se baseia na capacidade dos homens e no método adequado para alcançar o favor divino. Talvez você me diga: mas eu não prego esse tipo de moralismo! O problema é que se você não leva as pessoas a confiarem em Cristo sua mensagem continua no mesmo patamar das religiões.

Precisamos entender a importância de Cristo como a essência da nossa pregação, pois tudo é dele, por meio dele e para ele. Como afirmou Chapell (1), “Cada aspecto, cada ato e esperança da vida cristã encontram seu motivo, força e causa em Cristo, ou, então, não são de Cristo”.

Diante desse fato precisamos está atentos a alguns erros frequentemente cometidos na exposição da Bíblia.

A EXORTAÇÃO À IMITAÇÃO DE PERSONAGENS BÍBLICOS

As Escrituras estão repletas de históricas e personagens que não cederam ao pecado, foram vitoriosos diante do mal, ou foram fiéis em alguma provação. Todos eles são de grande importância para a instrução da igreja. Contudo, nenhum deles é digno de imitação em si mesmo.

Ao meditar na história de José o pregador pode cometer o erro de convocar a igreja a seguir os passos de José, porque José era temente a Deus. O problema em dizer isso está em chamar a igreja a seguir José, sem apresentar Jesus como fonte da vida dele. Muitos pregadores comentem esse erro de forma inconsciente.

A base de sustentação de toda boa obra na Bíblia está em Cristo. Com isso eu quero dizer que ao afirmar o bom exemplo de José devemos perceber que Jesus foi quem legitimou tal comportamento, uma vez que todas as histórias da Bíblia convergem em Cristo (Ef. 1.9-10).

Sendo assim, precisamos encontrar Jesus em todas as passagens das Escrituras e expor a sua obra como a base do bom procedimento de todos os personagens ali descritos.

Outro erro cometido pelos pregadores está na apresentação de alguma metodologia para alcançar o favor divino. O típico: “três passos para que você alcance a felicidade”

A EXORTAÇÃO AO USO DE ALGUM MÉTODO

Os métodos são conhecido como caminhos para se obter algum êxito em alguma tarefa. Existem métodos para você dirigir bem seu carro, para estudar um texto bíblico, para preparar um bolo de chocolate etc. Todos eles levam a algum resultado no final. O bom método é aquele que nos dá o resultado que queremos de forma eficiente.

O pregador que propõe um método está levando a igreja a confiar nos resultados da aplicação metodológica e não na graça de Deus. A graça é um favor divino, independente das nossas obras. Se alguém confia que obedecendo aos “três passos” alcançará o favor de Deus, esse alguém certamente não ouviu uma mensagem cristã.

Os nossos ouvintes devem ser levados a confiar na graça de Deus em Cristo a fim de que suas vidas sejam abençoadas. Jesus é o nosso intercessor e é por meio dele que temos acesso ao Pai. Qualquer mensagem que trace outro caminho que não seja Jesus (Jo. 14.6), não pode ser considerada cristã.

Lembre-se que a mensagem bíblica tem como contexto a graça de Deus em Cristo Jesus. Seja no Antigo, ou no Novo Testamento, tudo o que o homem faz e recebe de Deus é uma manifestação da graça e não resultado de algum método (Ef. 2.8). Portanto, a igreja precisa confiar apenas em Cristo, e não em si mesma, para ser abençoada.

Por fim, o pregador bíblico precisa tomar cuidado para não instigar os seus ouvintes a confiarem em suas forças.

A EXORTAÇÃO AO ESFORÇO PRÓPRIO

Esse erro é muito comum ao pregar sobre a santidade. Deus exige que sejamos um povo santo e o pregador ao falar sobre isso podem exigir dos seus ouvintes “conformidade à exigência de Deus”. Diante desse apelo é possível que alguém se desespere por não ter condições de ser fiel à ordem dada, ou então seja levado a acreditar que poderá viver fielmente essa exigência se gastar suas forças nesse sentido.

Qual o problema desse tipo de mensagem? O problema está naquilo que não foi dito. Ou seja, Jesus não foi anunciado como a garantida da nossa santidade. Omitir Jesus de uma mensagem sobre a santidade é um caminho seguro para o legalismo ou o desespero.

A santidade que Deus exige de nós é satisfeita pela fé em Cristo. Por isso, ao pregar sobre temas que envolvam um comportamento a ser mudado devemos, antes de tudo, apresentar a santidade que recebemos em Cristo. Nele somos aceitos por Deus e não precisamos confiar em nada mais.

CONCLUSÃO

Devemos nos esmerar em cumprir o ministério como pregadores bíblicos. Para isso, devemos apresentar Jesus de forma cristalina em toda Bíblia. Qualquer pregação que não cumpra essa tarefa certa falhou em seu propósito.

Deus te abençoe e até o próximo post!


REFERÊNCIA:

(1) Ver CHAPELL, Bryan. Pregação cristocêntrica. 3 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016, p. 303.  

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Uma breve introdução aos Evangelhos

A coleção de livros chamada de “Evangelhos” é de extrema importância para a igreja de Cristo. Nela estão contidos os feitos e ensinamentos de Jesus acerca do reino de Deus.

Embora chamemos os quatro primeiros livros do Novo Testamento de Evangelhos, em lugar algum esses livros atribuem a si esse título. Podemos ver o substantivo “Evangelho”, ou o verbo “pregar o Evangelho” sendo muito utilizado por Paulo (Rm.  1.16; 1 Co. 15.1). Na verdade foi Justino[1], em meados do século II, quem primeiro se referiu aos livros que relatam o ministério de Jesus como “Evangelhos”. Sendo assim, podemos entender os livros como sendo relatos acerca do que Jesus ensinou e viveu enquanto esteve entre os homens.
            
Eles são compostos de quatro livros: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros são chamados de “sinópticos”. Esse termo vem do grego “synopsis”, que quer dizer: “ver em conjunto”. Ou seja, os sinópticos guardam semelhanças que os fazer parte de um conjunto de ensinamentos.  
            
Essas semelhanças podem ser vistas em relação ao conteúdo e a narrativa geográfica do ministério de Jesus.

A SEMELHANÇA ENTRE OS SINÓPTICOS
             
Em relação ao conteúdo eles narrar os exorcismos e o uso de Parábolas por Jesus. Além disso, há alguns relatos bem caraterísticos: O envio dos doze; a transfiguração; o sermão profético; a narrativa da última ceia. Esses relatos não estão contidos no Evangelho de João que dá um enfoque mais contemplativo ao ministério de Cristo.
            
Em relação à narrativa geográfica do ministério de Jesus eles se estruturam da seguinte forma: na Galiléia, na retirada para o Norte, na Judéia e Peréia, e, por fim, em Jerusalém. Enquanto João relata o Evangelho de Jesus mais concentrado em Jerusalém.
            
Os quatro Evangelhos não deixam explícitos quem são os seus autores. Daí a tradição fazer algumas deduções acerca de quem escreveu cada um deles.

OS AUTORES DOS EVANGELHOS

Seria muito fácil perceber quem foram aqueles que escreveram os relatos acerca do ministério de Jesus se os seus autores tivessem se identificado. Como isso não foi possível por alguma razão, a igreja passou então a deduzir quem seriam seus prováveis autores.
            
O evangelho de Mateus tem como autor tradicionalmente aceito Levi (Mateus) (Mt. 9.9-13). O pai da igreja Papias (séc. II d.C.) foi o primeiro a atribuir a Mateus a autoria do Evangelho. Em seus escritos ele identifica Mateus como “tendo reunido ‘os oráculos’ a respeito de Jesus”[2].

O evangelho de Marcos, como todos os demais, não traz o nome do seu autor. Contudo, nas antigas listas de livros canônicos, aqueles que eram considerados como inspirados por Deus, o Evangelho de Marcos é identificado como “segundo Marcos”. Como isso desde cedo a sua autoria foi atribuída a João Marcos (At. 12.12,25). Os pais da igreja, Papias (140 d. C.), Justino Mártir (150 d.C), Irineu (185 d.C) e Clemente de Alexandria (195 d.C) reconheceram um dos autores do Evangelho.

O Evangelho de Lucas. A tradição apoia que Lucas tenha sido o companheiro de Paulo e autor do Evangelho e de Atos dos Apóstolos. É importante notar que o autor não foi testemunha ocular dos fatos narrados por ele (Lc. 1.1-4).

O Evangelho de João. O seu autor foi provavelmente uma testemunha ocular do ministério de Jesus (Jo. 21.24). A importância dada “aquele a quem ele [Jesus] amava” leva a crer que João, Filho de Zebedeu, tenha sido o seu autor (13.23).

A IMPORTÂNCIA DOS EVANGELHOS PARA A FÉ CRISTÃ

Nos evangelhos está contida a obra que Jesus veio realizar no mundo em obediência ao Pai. É por meio deles que conhecemos de forma mais próxima os ensinos e a vida do nosso Senhor Jesus. A sua vida, morte e ressurreição são relatadas como acontecimento que trazem grande significado à vida de todos os homens e por isso precisam ser proclamadas.

Por meio de sua obra Cristo nos colocou em paz como Deus e nos deu a viva esperança de que um dia estaremos sob um novo céu e uma nova terra, gozando da glória do Pai.
            
Tudo isso é percebido de forma clara nas palavras dos quatro Evangelhos. As suas narrativas mostram o cumprimento da profecia da Messiânica do Antigo Testamento e revela a esperança bendita de todos os cristãos.
            
Sendo os Evangelhos o fundamento da fé em Cristo os ensinos dos apóstolos forma o edifício que Jesus Cristo veio edificar.

Até o próximo post!



[1] Ver “CARSON, D. A;MOO, Douglas; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1997.

[2] Idem. 

sábado, 13 de janeiro de 2018

Alguns cuidados simples para você interpretar bem a Bíblia

Você já deve ter ouvido alguém se utilizar de um texto bíblico e atribuir a ele um sentido diferente do sentido comum das palavras. Essa prática é chamada de alegorização. Alegorizar é transformar as palavras das Bíblia em figuras sujeitas aos mais diversos significados.

Esse problema não é novo. Durante muitos anos a igreja sofreu com a variedade de sentidos que se davam à revelação de Deus nas Escrituras. Durante a Idade Média, muitas imposições eram feitas ao texto bíblico a fim de justificar algumas crenças de seus interpretes e da igreja Católica.

A correta intepretação da Bíblia requer que comecemos pelo caráter humano das Escrituras (1). As palavras que estão na Bíblia são revelações de Deus dadas a homens inspirados em seus contextos históricos os quais comunicaram essa revelação com um único sentido para os seus ouvintes. Com isso em mente nos livraremos dos equívocos da alegorização.

Vejamos alguns cuidados que precisamos ter ao fazer uma interpretação das Escrituras Sagradas.

ATENTE PARA AS PALAVRAS QUE O AUTOR BÍBLICO USOU EM SEU TEXTO

Há meios de comunicar uma mensagem. Alguém pode dizer oralmente o que deseja aos seus ouvintes. Certamente esse tipo de comunicação é muito eficiente para aqueles que ouvem a mensagem pessoalmente dos mensageiros, contudo, ela não terá a mesma eficiência quando passada de pessoa para pessoa durante anos. Daí a necessidade de documentar essa revelação.

Ao fazer a documentação da sua revelação Deus não anulou a história e as experiências dos seus autores. Eles transmitiram a vontade divina por meio das palavras que conheciam. Isso fica claro ao comparar o estilo e as palavras que Paulo e Pedro usaram na comunicação da revelação. O primeiro tem um estilo mais erudito, enquanto o segundo usa termos comuns. Deus não alterou o conhecimento deles, antes se utilizou daquilo que eles sabiam para comunicar sua vontade.

Ao ler a Bíblia observe cada palavra que os autores bíblicos utilizaram. Elas foram intencionalmente usadas na transmissão da vontade de Deus. Quanto mais você examinar os termos determinando o seu uso, mais próximo você estará da mente do escritor bíblico (e da mente de Deus).

Além disso, uma boa interpretação da Bíblia também leva em conta o contexto da passagem analisada.

ENTENDA O CONTEXTO DAS PALAVRAS

O contexto é determinante para o significado de uma palavra. Veja por exemplo o significado da palavra “manga” numa feira e numa loja de roupas. Provavelmente se você ouvir alguém pedir por uma manga numa feira logo saberá que se trata de uma fruta. Mas se, numa loja de roupas, você ouvi alguém reclamando de uma manga curta logo saberá que nesse contexto ela significa uma parte de uma camisa.

As palavras fora do seu contexto podem servir de base para uma heresia, um erro doutrinário. Sendo assim alguém pode negar até mesmo a existência de Deus com as próprias palavras da Bíblia. Veja o que é dito no Salmo 53.1: “Não há Deus”. Sem levar em consideração que o salmista afirma que é o insensato quem diz, alguém pode pegar essas palavras e usá-las como prova do seu ateísmo.

Ao interpretar a Bíblia leia o que diz as palavras anteriores e posteriores ao texto estudado. Em alguns casos, para se ter um entendimento maior das palavras, leia todo o livro onde a palavra está. É assim que garimpamos a intenção dos autores (e de Deus) ao nos transmitir a mensagem.

Por fim, ao interpretar um texto saiba que ele tem apenas um sentido.

BUSQUE O SENTIDO ÚNICO DO TEXTO BÍBLICO

O texto bíblico deve ser analisado de forma objetiva. Levando em consideração que ele tinha receptores específicos seu significado será único para todos que usarem os mesmos critérios de interpretação. Dessa forma livraremos as Escrituras de sofrer imposições subjetivas como acontecem com aqueles que leem a Bíblia buscando um significado que incentive suas decisões.

Em muitos lugares onde a Bíblia é utilizada apenas para justificar as intenções dos seus interpretes o resultado são ensinamentos bizarros e o distanciamento cada vez maior do Evangelho simples do nosso Senhor Jesus Cristo.

O Evangelho de Cristo é único é devemos entendê-lo segundo a intenção de Deus através dos seus autores. Qualquer ensinamento que vá além do significado ensinado pelos escritores bíblico deve ser considerado maldito. Como disse Paulo aos gálatas que estavam se inclinando a outro evangelho: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho... Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl. 1.6,8 – grifo nosso).

Sempre que a sua interpretação bíblica divergir dos significados já cristalizados tenha a humildade para investigar um pouco mais o texto que você está analisando. Certifique-se de que os mesmos critérios estejam sendo empregados para determinar o sentido do texto. Assim você perceberá as divergências na interpretação.

CONCLUSÃO

A Bíblia é um livro divino e humano. Ela revela a vontade de Deus em linguagem humana a fim de que cheguemos à compreensão do grande amor de Deus por nós. Por isso, ao iniciarmos a interpretação das Escrituras devemos levar em consideração o caráter humano do texto bíblico. Dessa forma, nos livraremos dos erros da alegorização e a maldição de suas heresias.

Lembre-se de deixar o seu comentário.

Até o próximo post!

Confira também a ESCOLA DE PREGADORES no Youtube: Clique aqui.

(1) Ver PACKER, J. I. Teologia concisa: síntese dos fundamentos históricos da fé cristã. Campina: Luz Para o Caminho, 1998, p. 06.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

3 razões pelas quais você deve confiar no poder de Deus em tuas pregações

De onde vem o poder da sua pregação?

Inúmeras são as técnicas disponíveis no mercado para persuadir aqueles que ouvem algum discurso. As empresas de publicidade vivem focadas em apresentar para os clientes alguma peça publicitária que toque os corações e leve os clientes a consumirem os produtos ofertados. 

De fato, elas têm sido muito eficientes em sua tarefa.

O segredo da eficiência de suas propagandas está na influencia das emoções sobre o comportamento humano. Com isso em mente muitas são as estratégias que tentam manipular o comportamento das massas. É assim que o mundo tenta convencer os seus ouvintes das suas teses.

Assista também: O que é homilética?

Para nós, pregadores, o poder de Deus em nossa mensagem se concretiza por meio das Escrituras Sagradas. Nós não dependemos de estratégias humanamente elaboradas para persuadir os homens. Deus nos confiou a sua palavra para que pela exposição dela os nossos ouvintes tenham os seus corações quebrados e os seus olhos desvendados para o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo.

Sendo assim, devemos confiar na palavra de Deus em nossas pregações. Vejamos três razões pelas quais você deve confiar no poder de Deus em tuas pregações.

A PALAVRA DE DEUS CRIA

O mundo foi criado pelas palavras poderosas do nosso Deus. Do nada ele trouxe a existência o que não existia. Em Gênesis 1.3 diz: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (grifo nosso). As palavras proferidas pelo Criador geraram sem a necessidade de algo anteriormente. Essa é uma obra que aponta para o poder Deus manifesta por meio da sua palavra.

O pregador tem palavras poderosas quando é fiel em expor aquilo que Deus revelou na Bíblia Sagradas. As Escrituras são a revelação de Deus para os homens e quando estes ouvem o que Deus tem a lhes dizer vida nova pode ser gerada. 

Para que o poder de Deus seja manifestado em nossas pregações não podemos substituir as Escrituras por ideias humanas. O evangelho é poderoso, pois é por meio dele que Deus põe por terra as algemas que prendem o coração do homem aos deuses desse mundo.

A PALAVRA DE DEUS CONTROLA TODAS AS COISAS

Deus é quem sustenta todas as coisas com a sua palavra. Ele demonstra o seu governo soberano sobre o universo. Pela sua palavra as coisas acontecem. Como expressou o salmista: 

“Ele [o Senhor] envia as suas ordens à terra e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio? Manda a sua palavra e o derrete; faz soprar o vento e as águas correm” (Sl. 147.15-18 – grifo nosso).

Os corações daqueles que nos ouvem estão nas mãos de Deus. É dele o poder capaz de guiar o homem até a cruz. Quando pregamos a palavra temos em nossos lábios as palavras daquele que é soberano sobre todas as coisas. Por isso, devemos manter a nossa confiança no seu agir.

Além disso, Deus cumpre de forma eficaz o seu desejo na história por meio da sua palavra. 

A PALAVRA DE DEUS CUMPRE A SUA VONTADE

O propósito maior de Deus é salvar pecadores da condenação eterna e fazer deles um povo que testemunhe pelas suas obras as virtudes divinas ao mundo (1 Pe. 2:9). Para que o seu plano seja concretizado na história ele nos deu a Bíblia. Ao anuncia-la nos tornamos instrumentos do seu agir na história. 

A palavra de Deus pregada com precisão alcança o propósito divino. Como nos diz o profeta Jeremias: 

“Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que o primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Jr. 55.10-11 – grifo nosso).

O que Deus está fazendo por meio da pregação nem sempre está diante dos nossos olhos. Muitas vezes Ele operará sem que vejamos os resultados de forma imediata. Contudo, devemos confiar no seu poder que opera por meio da proclamação fiel da sua Palavra. 

CONCLUSÃO

O poder do pregador não está nas estratégias da publicidade, mas no Deus que nos deu a sua Palavra como canal do seu poder. Portanto, estejamos confiantes em expor com fidelidade a vontade do nosso Senhor e assim sempre pregaremos poderosamente. 

Até o próximo post!

Assista e se inscreva no canal ESCOLA DE PREGADORES: CLIQUE AQUI

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Orientações fundamentais na preparação da pregação expositiva da Bíblia


Ao pregar a Bíblia Sagrada nos tornamos voz de Deus para a nossa geração.

Para que isso de fato aconteça precisamos expor com fidelidade aquilo que Deus falou e aplicar aos nossos corações e ao dos ouvintes.

Para alcançar a fidelidade e eficiência na pregação expositiva o pregador deve atentar para algumas orientações.

Elas servem como pontos chaves de um mapa durante a preparação e aplicação do sermão.


Primeiramente, o sermão deve transmitir um conceito Bíblico.

Quem prega expositivamente precisa centralizar a ideia ensinada nas Escrituras e não submetê-la a um assunto preconcebido.

Isso é muito comum em quem lê a Bíblia em busca de argumentos para suas ideias mirabolantes.

É nesse tipo de empreitada que surgem ideias das mais bizarras como a de um pregador que disse que Jesus era um bom músico porque "tocou o esquife" (Lc. 7.14).

Uma regra básica da boa oratória está ligada a isso: a boa pregação tem uma única ideia.

Ou seja, por mais tentador que seja, procure focar e lapidar um único assunto levantado pelo autor bíblico e nele foque os seus esforços.

Outra orientação que o pregador deve ter em mente ao preparar uma mensagem expositiva é faça um bom estudo exegético da passagem que você irá expor.

Três estudos devem ser feitos:

1. Estudo histórico do texto, estude o contexto da passagem a ser pregada. Lembre-se que o sentido das palavras é determinado pelo contexto da passagem;

2. Estudo gramatical do texto. Se você tiver familiaridade com as línguas originais busque entender a construção das frase e parágrafos a partir delas. Caso você não tenha, observe em várias traduções a maneira como os tradutores construíram as frases.

3. Estudo literário do texto. A Bíblia contém poesias, narrativas, epístolas, entre outros tipos de literatura. O estudo deles ajudará na compreensão da intensão dos autores bíblicos, além do pregador poder se apoiar na estilo literário para transmitir aos seus ouvintes a mensagem Bíblica.

Um detalhe muito importante é que a busca pela ideia do sermão bem como as informações que complementarão a ideia a ser exposta precisa surgir desses três estudos.

Por fim vem a aplicação do conceito bíblico à personalidade do pregador e à vida dos ouvintes.

Alguém já disse que um sermão sem aplicação é uma "mensagem abortada".

Os nossos ouvintes buscam responder a seguinte questão: O que isso tem haver comigo? Sem responder a essa indagação a mensagem não alcançará sua finalidade.

Haddon Robison (1) disse que "a postura dos pregadores efetivos é que eles não estão fazendo preleções sobre a Bíblia aos seus ouvintes. Em vez disso, estão falando aos seus ouvintes sobre os ouvintes da Bíblia".


Isso quer dizer que ao pregar a Bíblia expositivamente o pregador transmite aos seus ouvintes a mesma ideia que os primeiros ouvintes tiveram da mensagem de Deus.

Durante essa etapa o pregador reflete acerca das ideias desenvolvidas no texto e as preocupações e questões dos ouvintes atuais.

Essas orientações devem nos guiar no bom preparo de uma pregação bíblica expositiva.

Por meio delas encontraremos as verdades que Deus deseja comunicar aos ouvintes do nosso tempo.

Assim seremos vox Dei (voz de Deus) ao mundo!

Acompanhe e se inscreva em nosso canal no Youtube: ESCOLA DE PREGADORES (Clique aqui)

REFERÊNCIA:

ROBINSON, Handdon; LARSON, Craig B. (Org.). A arte e o Ofício da Pregação Bíblica. São Paulo: Shedd Publicações, 2009. 887 p.