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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

3 erros fatais na pregação de uma mensagem bíblica

Hoje gostaria de mostrar alguns erros fatais cometidos por muitos pregadores da Bíblia. Acredito que o esclarecimento desses problemas ajudará você a tornar Jesus o centro dos seus sermões.

A essência da mensagem cristã é Cristo. Isso pode parecer óbvio, mas acontece que nem sempre os pregadores conseguem expor Jesus em suas pregações. Muitos têm dificuldades de encontra-lo em textos onde o seu nome não aparece, ou em versículos nos quais o autor bíblico não deixa clara uma referência à pessoa de Jesus.

Será que a tua pregação se diferencia de uma mensagem budista, católica, ou de qualquer outra religião? As religiões pregam uma moral que se baseia na capacidade dos homens e no método adequado para alcançar o favor divino. Talvez você me diga: mas eu não prego esse tipo de moralismo! O problema é que se você não leva as pessoas a confiarem em Cristo sua mensagem continua no mesmo patamar das religiões.

Precisamos entender a importância de Cristo como a essência da nossa pregação, pois tudo é dele, por meio dele e para ele. Como afirmou Chapell (1), “Cada aspecto, cada ato e esperança da vida cristã encontram seu motivo, força e causa em Cristo, ou, então, não são de Cristo”.

Diante desse fato precisamos está atentos a alguns erros frequentemente cometidos na exposição da Bíblia.

A EXORTAÇÃO À IMITAÇÃO DE PERSONAGENS BÍBLICOS

As Escrituras estão repletas de históricas e personagens que não cederam ao pecado, foram vitoriosos diante do mal, ou foram fiéis em alguma provação. Todos eles são de grande importância para a instrução da igreja. Contudo, nenhum deles é digno de imitação em si mesmo.

Ao meditar na história de José o pregador pode cometer o erro de convocar a igreja a seguir os passos de José, porque José era temente a Deus. O problema em dizer isso está em chamar a igreja a seguir José, sem apresentar Jesus como fonte da vida dele. Muitos pregadores comentem esse erro de forma inconsciente.

A base de sustentação de toda boa obra na Bíblia está em Cristo. Com isso eu quero dizer que ao afirmar o bom exemplo de José devemos perceber que Jesus foi quem legitimou tal comportamento, uma vez que todas as histórias da Bíblia convergem em Cristo (Ef. 1.9-10).

Sendo assim, precisamos encontrar Jesus em todas as passagens das Escrituras e expor a sua obra como a base do bom procedimento de todos os personagens ali descritos.

Outro erro cometido pelos pregadores está na apresentação de alguma metodologia para alcançar o favor divino. O típico: “três passos para que você alcance a felicidade”

A EXORTAÇÃO AO USO DE ALGUM MÉTODO

Os métodos são conhecido como caminhos para se obter algum êxito em alguma tarefa. Existem métodos para você dirigir bem seu carro, para estudar um texto bíblico, para preparar um bolo de chocolate etc. Todos eles levam a algum resultado no final. O bom método é aquele que nos dá o resultado que queremos de forma eficiente.

O pregador que propõe um método está levando a igreja a confiar nos resultados da aplicação metodológica e não na graça de Deus. A graça é um favor divino, independente das nossas obras. Se alguém confia que obedecendo aos “três passos” alcançará o favor de Deus, esse alguém certamente não ouviu uma mensagem cristã.

Os nossos ouvintes devem ser levados a confiar na graça de Deus em Cristo a fim de que suas vidas sejam abençoadas. Jesus é o nosso intercessor e é por meio dele que temos acesso ao Pai. Qualquer mensagem que trace outro caminho que não seja Jesus (Jo. 14.6), não pode ser considerada cristã.

Lembre-se que a mensagem bíblica tem como contexto a graça de Deus em Cristo Jesus. Seja no Antigo, ou no Novo Testamento, tudo o que o homem faz e recebe de Deus é uma manifestação da graça e não resultado de algum método (Ef. 2.8). Portanto, a igreja precisa confiar apenas em Cristo, e não em si mesma, para ser abençoada.

Por fim, o pregador bíblico precisa tomar cuidado para não instigar os seus ouvintes a confiarem em suas forças.

A EXORTAÇÃO AO ESFORÇO PRÓPRIO

Esse erro é muito comum ao pregar sobre a santidade. Deus exige que sejamos um povo santo e o pregador ao falar sobre isso podem exigir dos seus ouvintes “conformidade à exigência de Deus”. Diante desse apelo é possível que alguém se desespere por não ter condições de ser fiel à ordem dada, ou então seja levado a acreditar que poderá viver fielmente essa exigência se gastar suas forças nesse sentido.

Qual o problema desse tipo de mensagem? O problema está naquilo que não foi dito. Ou seja, Jesus não foi anunciado como a garantida da nossa santidade. Omitir Jesus de uma mensagem sobre a santidade é um caminho seguro para o legalismo ou o desespero.

A santidade que Deus exige de nós é satisfeita pela fé em Cristo. Por isso, ao pregar sobre temas que envolvam um comportamento a ser mudado devemos, antes de tudo, apresentar a santidade que recebemos em Cristo. Nele somos aceitos por Deus e não precisamos confiar em nada mais.

CONCLUSÃO

Devemos nos esmerar em cumprir o ministério como pregadores bíblicos. Para isso, devemos apresentar Jesus de forma cristalina em toda Bíblia. Qualquer pregação que não cumpra essa tarefa certa falhou em seu propósito.

Deus te abençoe e até o próximo post!


REFERÊNCIA:

(1) Ver CHAPELL, Bryan. Pregação cristocêntrica. 3 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016, p. 303.  

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