Hoje gostaria de mostrar alguns erros fatais
cometidos por muitos pregadores da Bíblia. Acredito que o esclarecimento desses
problemas ajudará você a tornar Jesus o centro dos seus sermões.
A essência da mensagem cristã é Cristo. Isso
pode parecer óbvio, mas acontece que nem sempre os pregadores conseguem expor
Jesus em suas pregações. Muitos têm dificuldades de encontra-lo em textos onde
o seu nome não aparece, ou em versículos nos quais o autor bíblico não deixa clara
uma referência à pessoa de Jesus.
Será que a tua pregação se diferencia de uma
mensagem budista, católica, ou de qualquer outra religião? As religiões pregam
uma moral que se baseia na capacidade dos homens e no método adequado para alcançar
o favor divino. Talvez você me diga: mas eu não prego esse tipo de moralismo! O
problema é que se você não leva as pessoas a confiarem em Cristo sua mensagem
continua no mesmo patamar das religiões.
Precisamos entender a importância de Cristo
como a essência da nossa pregação, pois tudo é dele, por meio dele e para ele.
Como afirmou Chapell (1), “Cada aspecto, cada ato e esperança da vida cristã
encontram seu motivo, força e causa em Cristo, ou, então, não são de Cristo”.
Diante desse fato precisamos está atentos a
alguns erros frequentemente cometidos na exposição da Bíblia.
A EXORTAÇÃO À IMITAÇÃO
DE PERSONAGENS BÍBLICOS
As Escrituras estão repletas de históricas e
personagens que não cederam ao pecado, foram vitoriosos diante do mal, ou foram fiéis em alguma provação. Todos eles são de grande importância para a instrução
da igreja. Contudo, nenhum deles é digno de imitação em si mesmo.
Ao meditar na história de José o pregador pode
cometer o erro de convocar a igreja a seguir os passos de José, porque José era
temente a Deus. O problema em dizer isso está em chamar a igreja a seguir José,
sem apresentar Jesus como fonte da vida dele. Muitos pregadores comentem esse
erro de forma inconsciente.
A base de sustentação de toda boa obra na
Bíblia está em Cristo. Com isso eu quero dizer que ao afirmar o bom exemplo de
José devemos perceber que Jesus foi quem legitimou tal comportamento, uma vez que
todas as histórias da Bíblia convergem em Cristo (Ef. 1.9-10).
Sendo assim, precisamos encontrar Jesus em
todas as passagens das Escrituras e expor a sua obra como a base do bom
procedimento de todos os personagens ali descritos.
Outro erro cometido pelos pregadores está na
apresentação de alguma metodologia para alcançar o favor divino. O típico:
“três passos para que você alcance a felicidade”
A EXORTAÇÃO AO USO DE
ALGUM MÉTODO
Os métodos são conhecido como caminhos para se
obter algum êxito em alguma tarefa. Existem métodos para você dirigir bem seu
carro, para estudar um texto bíblico, para preparar um bolo de chocolate etc. Todos
eles levam a algum resultado no final. O bom método é aquele que nos dá o
resultado que queremos de forma eficiente.
O pregador que propõe um método está levando a
igreja a confiar nos resultados da aplicação metodológica e não na graça de
Deus. A graça é um favor divino, independente das nossas obras. Se alguém
confia que obedecendo aos “três passos” alcançará o favor de Deus, esse alguém
certamente não ouviu uma mensagem cristã.
Os nossos ouvintes devem ser levados a confiar
na graça de Deus em Cristo a fim de que suas vidas sejam abençoadas. Jesus é o
nosso intercessor e é por meio dele que temos acesso ao Pai. Qualquer mensagem
que trace outro caminho que não seja Jesus (Jo. 14.6), não pode ser considerada
cristã.
Lembre-se que a mensagem bíblica tem como
contexto a graça de Deus em Cristo Jesus. Seja no Antigo, ou no Novo Testamento,
tudo o que o homem faz e recebe de Deus é uma manifestação da graça e não
resultado de algum método (Ef. 2.8). Portanto, a igreja precisa confiar apenas
em Cristo, e não em si mesma, para ser abençoada.
Por fim, o pregador bíblico precisa tomar
cuidado para não instigar os seus ouvintes a confiarem em suas forças.
A EXORTAÇÃO AO ESFORÇO
PRÓPRIO
Esse erro é muito comum ao pregar sobre a
santidade. Deus exige que sejamos um povo santo e o pregador ao falar sobre
isso podem exigir dos seus ouvintes “conformidade à exigência de Deus”. Diante
desse apelo é possível que alguém se desespere por não ter condições de ser fiel
à ordem dada, ou então seja levado a acreditar que poderá viver fielmente essa exigência
se gastar suas forças nesse sentido.
Qual o problema desse tipo de mensagem? O
problema está naquilo que não foi dito. Ou seja, Jesus não foi anunciado como a
garantida da nossa santidade. Omitir Jesus de uma mensagem sobre a santidade é
um caminho seguro para o legalismo ou o desespero.
A santidade que Deus exige de nós é satisfeita
pela fé em Cristo. Por isso, ao pregar sobre temas que envolvam um
comportamento a ser mudado devemos, antes de tudo, apresentar a santidade que
recebemos em Cristo. Nele somos aceitos por Deus e não precisamos confiar em
nada mais.
CONCLUSÃO
Devemos nos esmerar em cumprir o ministério como
pregadores bíblicos. Para isso, devemos apresentar Jesus de forma cristalina em
toda Bíblia. Qualquer pregação que não cumpra essa tarefa certa falhou em seu
propósito.
Deus te abençoe e até o próximo post!
REFERÊNCIA:
(1) Ver CHAPELL, Bryan. Pregação cristocêntrica. 3 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016, p.
303.
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