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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Uma breve introdução aos Evangelhos

A coleção de livros chamada de “Evangelhos” é de extrema importância para a igreja de Cristo. Nela estão contidos os feitos e ensinamentos de Jesus acerca do reino de Deus.

Embora chamemos os quatro primeiros livros do Novo Testamento de Evangelhos, em lugar algum esses livros atribuem a si esse título. Podemos ver o substantivo “Evangelho”, ou o verbo “pregar o Evangelho” sendo muito utilizado por Paulo (Rm.  1.16; 1 Co. 15.1). Na verdade foi Justino[1], em meados do século II, quem primeiro se referiu aos livros que relatam o ministério de Jesus como “Evangelhos”. Sendo assim, podemos entender os livros como sendo relatos acerca do que Jesus ensinou e viveu enquanto esteve entre os homens.
            
Eles são compostos de quatro livros: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros são chamados de “sinópticos”. Esse termo vem do grego “synopsis”, que quer dizer: “ver em conjunto”. Ou seja, os sinópticos guardam semelhanças que os fazer parte de um conjunto de ensinamentos.  
            
Essas semelhanças podem ser vistas em relação ao conteúdo e a narrativa geográfica do ministério de Jesus.

A SEMELHANÇA ENTRE OS SINÓPTICOS
             
Em relação ao conteúdo eles narrar os exorcismos e o uso de Parábolas por Jesus. Além disso, há alguns relatos bem caraterísticos: O envio dos doze; a transfiguração; o sermão profético; a narrativa da última ceia. Esses relatos não estão contidos no Evangelho de João que dá um enfoque mais contemplativo ao ministério de Cristo.
            
Em relação à narrativa geográfica do ministério de Jesus eles se estruturam da seguinte forma: na Galiléia, na retirada para o Norte, na Judéia e Peréia, e, por fim, em Jerusalém. Enquanto João relata o Evangelho de Jesus mais concentrado em Jerusalém.
            
Os quatro Evangelhos não deixam explícitos quem são os seus autores. Daí a tradição fazer algumas deduções acerca de quem escreveu cada um deles.

OS AUTORES DOS EVANGELHOS

Seria muito fácil perceber quem foram aqueles que escreveram os relatos acerca do ministério de Jesus se os seus autores tivessem se identificado. Como isso não foi possível por alguma razão, a igreja passou então a deduzir quem seriam seus prováveis autores.
            
O evangelho de Mateus tem como autor tradicionalmente aceito Levi (Mateus) (Mt. 9.9-13). O pai da igreja Papias (séc. II d.C.) foi o primeiro a atribuir a Mateus a autoria do Evangelho. Em seus escritos ele identifica Mateus como “tendo reunido ‘os oráculos’ a respeito de Jesus”[2].

O evangelho de Marcos, como todos os demais, não traz o nome do seu autor. Contudo, nas antigas listas de livros canônicos, aqueles que eram considerados como inspirados por Deus, o Evangelho de Marcos é identificado como “segundo Marcos”. Como isso desde cedo a sua autoria foi atribuída a João Marcos (At. 12.12,25). Os pais da igreja, Papias (140 d. C.), Justino Mártir (150 d.C), Irineu (185 d.C) e Clemente de Alexandria (195 d.C) reconheceram um dos autores do Evangelho.

O Evangelho de Lucas. A tradição apoia que Lucas tenha sido o companheiro de Paulo e autor do Evangelho e de Atos dos Apóstolos. É importante notar que o autor não foi testemunha ocular dos fatos narrados por ele (Lc. 1.1-4).

O Evangelho de João. O seu autor foi provavelmente uma testemunha ocular do ministério de Jesus (Jo. 21.24). A importância dada “aquele a quem ele [Jesus] amava” leva a crer que João, Filho de Zebedeu, tenha sido o seu autor (13.23).

A IMPORTÂNCIA DOS EVANGELHOS PARA A FÉ CRISTÃ

Nos evangelhos está contida a obra que Jesus veio realizar no mundo em obediência ao Pai. É por meio deles que conhecemos de forma mais próxima os ensinos e a vida do nosso Senhor Jesus. A sua vida, morte e ressurreição são relatadas como acontecimento que trazem grande significado à vida de todos os homens e por isso precisam ser proclamadas.

Por meio de sua obra Cristo nos colocou em paz como Deus e nos deu a viva esperança de que um dia estaremos sob um novo céu e uma nova terra, gozando da glória do Pai.
            
Tudo isso é percebido de forma clara nas palavras dos quatro Evangelhos. As suas narrativas mostram o cumprimento da profecia da Messiânica do Antigo Testamento e revela a esperança bendita de todos os cristãos.
            
Sendo os Evangelhos o fundamento da fé em Cristo os ensinos dos apóstolos forma o edifício que Jesus Cristo veio edificar.

Até o próximo post!



[1] Ver “CARSON, D. A;MOO, Douglas; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1997.

[2] Idem. 

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