O conhecimento adquirido por outras leituras além da Bíblia ajuda muito na clareza das nossas exposições. Se quisermos ver a igreja doutrinariamente robusta, capaz de se manter firme diante de pensamentos contrários, devemos levar conosco o hábito de ler obras diversas.
PAULO, O LEITOR
O apóstolo Paulo, mesmo sendo inspirado por Deus, não cessava de ler outros livros. Quando esteve preso em uma prisão de Roma, ele pediu ao seu pupilo Timóteo: “Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Troâde, e os meus livros, especialmente os pergaminhos” (2 Tm. 4.13 - grifo nosso). Ele estava com a sua mente sempre ativa, refletindo em conceitos e adquirindo conhecimento. Não é por acaso que ele não teve dificuldade de debater com os filósofos de Atenas a fim de convencê-los do Evangelho de Cristo (At. 17.18).
O pregador deve fazer suas leituras como necessidade ministerial. Nelas estão as informações que servem no preparo do alimento que é dado a igreja. Muitos livros de autores cristãos relatam as percepções aprofundadas dos seus autores sobre determinadas passagens bíblicas. A leitura deles é fundamental na preparação do sermão.
4 BENEFÍCIOS DA LEITURA PARA O PREGADOR
Gostaria de apresentar quatro benefícios que as várias leituras trazem à vida do pregador (e à vida da igreja). Quanto mais experiências de leitura você tiver mais esses benefícios serão sentidos pelos seus ouvintes.
1. As leituras ajudam o pregador a se expressar de várias formas sobre o mesmo tema. Podemos dar perspectivas distintas a um tema pregado. Por exemplo, numa pregação sobre a relação do cristão com o seu corpo podemos mostrar a percepção grega e a bíblica. Essas visões podem ser contrastadas e assim a igreja perceberá, à luz das Escrituras, o engano do ensino grego. Sem leitura dificilmente você terá um bom repertório de perspectivas. Isso empobrece a pregação.
2. As leituras capacitam o pregador a fazer um exame crítico da realidade e daquilo que ameaça a igreja. É importante que tenhamos em mente os fundamentos por trás de projetos e planos que o mundo coloca diante da igreja. Munidos das informações que fundamentam determinadas perspectivas consideradas “politicamente corretas” podemos desvendar as artimanhas mundanas que ameaçam a igreja de Cristo. Ao pregador cabe trazer para luz aquilo que se esconde por trás de colocações aparentemente ingênuas. Sem leitura o pregador só enxergará a superfície da realidade. Com essa visão parcial a igreja ficará vulnerável ao erro do diabo.
3. As leituras são capazes de dar experiências de vida ao pregador. Você não precisa passar por algumas catástrofes para saber o que essas situações são capazes de produzir. A leitura de livro de pessoas que já viveram situações limites, por exemplo, é capaz de nos fazer experimentar os sofrimentos e dificuldades desconhecidas em nossas vidas. A leitura do livro “Em busca do Sentido” de Viktor E. Frankl me fez presenciar o sofrimento dos prisioneiros do Campo de Concentração Nazista de Auschwitz.
Eu não precisei ter passado por aquela terrível circunstância para compreender a agrura de um prisioneiro Nazista. Os livros podem nos fornecer experiências que enriquecem a exposição durante uma pregação. A Bíblia está repleta de histórias de incredulidade que servem à nossa orientação nos caminhos do Senhor. Veja como Paulo exortou a igreja dos Corintos: “Não pratiquemos imoralidade, como alguns deles fizeram – e foram mortos por serpentes. E não se queixem, como alguns deles se queixaram – e foram mortos pelo anjo destruidor” (1 Co. 10.9,10). O apóstolo usou a experiência de Israel para exortar a igreja. Ele não precisou está com Israel para adquirir a sabedoria. A Bíblia está repleta de experiências que o pregador deve lê-las a fim de ganhar experiência para ensinar a igreja.
Para maior aprofundamento nesse ponto assista o vídeo: Como ganhar experiência com a leitura da Bíblia.
4. Por fim, a leitura e a escrita se encaixam na vida de um pregador. Quem lê pouco tem muita dificuldade para se expressar de forma escrita. A atenção na hora da leitura de um livro nos dá o contato com ideias, frases e palavras. Essas são as matérias primas de quem escreve. Para escrever bem é necessário contato com os livros. Certa vez um estudante de teologia, que sonhava em ser eloquente, teve a oportunidade de deixar uma saudação a um colega de ministério e desejou “os seus pêsames” acreditando que essas palavras fossem algum gesto fraterno de alegria. A leitura nos livrará de muitas gafes.
Um bom pregador necessita de boas leituras. Reserve um tempo diário para ler. Se todos os dias você ler 30 páginas por hora em 10 anos você terá lido 150 livros de 250 páginas, o suficiente para ser especialista em alguma área – caso você saiba escolher bons livros. Portanto, nos esmeremos com disciplina em nossas leituras, assim nossas ovelhas comerão alimentos bem feitos e capazes de sustenta-los nesses dias maus.
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Graça e paz Pr Leonardo!
ResponderExcluirO artigo é muito esclarecedor quanto a necessidade da leitura, especialmente, para o pregador, pois ela traz luz aos sermões e capacita o pregador à discorrer sobre os mais diversos temas. Eu acredito que, nesse post, caberia uma lista com os títulos de alguns livros essenciais à leitura do pregador.
Deus continue te abençoando.
Paz, Josias.
ExcluirMuito obrigado pelo comentário. Estou organizando uma lista. Em breve publico.
Abraço fraterno.